Não vou mencionar as vezes que quis alterar o formato do blog nas últimas semanas, mas deixei estar.
Não irei descrever o enorme prazer que me deu escrever alguns textos (em regra, os mais estúpidos), ler outros em blogs vizinhos em que dava por mim a acenar com a cabeça enquanto pensava “é tão verdade!”, os momentos em que me divertia a ler e a responder aos comentários, alguns deles quase em tempo real, mais parecia um fórum; as pesquisas sobre os pára-quedistas e a tanga que levaram, coitados! E os momentos em que chorava enquanto escrevia. E as vezes em que pensava em algo, escrevia outro algo um pouco ao lado, e recebia comentários que não tinham nadinha a ver comigo… mas quem me leu sentiu-se de alguma forma identificado e quis deixar umas palavrinhas.
Não vou dizer que quando escrevi a reflexão sobre “para que serve o meu blog” não estivesse já a prever que, mais dia, menos dia, daria o golpe da misericórdia. Conheço-me melhor que ninguém para saber perfeitamente que, quando me meto a fazer contas à vida, é porque é para mudar… ou, sejamos honestos, abandonar. Foi sempre assim. A única conta que não fiz à vida, quando percebi que raio de vida era… fiz-me à vida!
Tive muito tempo para dedicar ao blog, este ano, até mudar de emprego; à conta disso, conheci muitos outros blogs, alguns dos quais comecei a visitar diariamente… e a comentar. Cheguei a conhecer alguns bloguistas, fiz algumas amizades; até ganhei uma gata lindíssima e tuditudo! E acho que tive tanta sorte, mas tanta sorte… que o raio da bichana dá-se às mil maravilhas comigo, faz-me uma companhia do caraças, é a meiguice em forma de gato, esperta até mais não… enfim, se fosse gente, falava! Não perdi a esperança de ensiná-la a limpar a casa e dar a ferro (dar a ferro: expressão linda! Cá está outra expressão que me faz sorrir)… só para passar o tempo, enquanto eu estou fora de casa a trabalhar… apenas para se distrair, claro!
Sinto que estou numa fase diferente, tenho muito para escrever, pouco tempo para o fazer; vontade, mas falta de inspiração. E deixei de ter tempo para fazer as visitas que tanto gosto. E eu, quando faço, gosto de fazer bem. Daí exigir tanto dos outros…
OK, na verdade continuo a querer escrever.
Desta vez para mim.
Apenas.
Não sobre o atentado que é deixar uma miúda de 12 anos ser a cara de uma qualquer fashion week algures na Austrália (para mim continua a ser exploração do trabalho infantil – e desta feita com o consentimento da mãe, que não deve ser nada parva e viu ali a sua reforma antecipada; isto até me faz lembrar o caso do pequeno Saul Ricardo, que, com 6 ou 8 anos – já nem me lembro bem – cantava “o bacalhau quer alho”, enquanto os pais deixaram de trabalhar para viverem às custas da fama do chavalo).
Não sobre aquele assunto em relação ao qual eu creio ter razão desde o início (e, neste caso, detesto que assim o seja); aquele que continua a ser notícia todos os dias, mas agora com contornos diferentes, sim esse mesmo do bolo de chocolate…
Não sobre o incómodo que me causa determinadas situações em que eu explico muito bem o que quero, vendo o projecto tal qual é, as equipas mostram-se mais que interessadas, mas depois de verem que não terão aquilo que querem mas que nunca lhes foi prometido, amuam e se tornam pouco profissionais (a minha sorte e o azar dessa gente é que: 1. conheço muito pessoal de muitas áreas; 2. o mercado em causa é muito concorrencial – torcem o nariz? Há quem não torça…)
Não sobre o fantástico jantar na passada sexta com as minhas gajas de sempre e para sempre (mana, PP, Lady Di e Ms D.) na companhia dos meus pais e da saída ao Twins em que estávamos todas a cair de sono… mas fomos na mesma beber um copo…. com água! É que não dava para
mais…
Porque se continuasse a fazê-lo, não iria retribuir as visitas como antes, responder aos comentários como antes, escrever como antes. Foi um tempo que já acabou.
Para mim é bom, tenho outros projectos!
De tudo isto, apenas uma coisa é certa: tudo o que aqui foi escrito… sou eu.
Como escreveu a Diabba uma vez num comentário “Quanto ao teu blog, se pensas que não te dás a conhecer, estás enganada, não vendes mentiras o que já é bom.”
Hei-de continuar as minhas visitas às favelas daqui do lado e às outras que não estão aqui, mas com menos frequência (como, aliás, já acontece há algum tempo). De modo que, se houver por aí um comentário tonto da Actriz Principal, provavelmente é meu!
E, claro, posso continuar a impressionar miúdos giros com a tirada “Ah e tal, sabes, eu tive um blog…” ;-)
Quanto à música… gostava de conseguir colocar o fantástico tema “Every time we say goodbye” do Cole Porter. Infelizmente, nas minhas procuras só encontro a versão de 30 segundos do mesmo (esta) e a minha outra eleita, dos Simply Red (esta). Ficou a outra música, que conheci pelas andanças neste estranho mundo.
Ci vediamo! Tanti baci (sou uma beijoqueira…)