quarta-feira, junho 20, 2007

As minhas últimas 5 leituras: as verdadeiras – II

"Mentira", de Henrique de Hériz


Foi mais um dos livros que palmei ao meu pai antes de ele deitar o olho. Se não me engano, foi-lhe oferecido no Natal.

Numa das minhas incursões a casa, lá para Fevereiro, fazendo a rota habitual (despensa da mãe a ver se encontro algo que me salte à vista; prateleira do pai que inclui os livros novos a ver se encontro algo que me salte à vista - há que ser coerente) peguei no livro e trouxe-o.



Devo ter demorado cerca de 3 meses a lê-lo, pois intercalei-o com outros, nomeadamente o último da Sveva, o "A cor da paixão". Gosto dos livros desta senhora que, diz-se, escreve com o marido ou o marido escreve por ela, mas isso a mim não interessa nada. E gosto porque me fazem recordar sobretudo Milão, mas também outras cidades e regiões de Itália que visitei durante os 3 anos que lá vivi.



Conheço mal os escritores espanhóis; se não estou enganada, fora este livro, recordo-me de ter lido outro, verdadeiramente fantástico, de seu nome "A sombra do vento", concebido pelo Carlos Ruiz Zafón. Terminei-o no ano passado, exactamente por esta altura, estava o Verão a começar.

Curiosamente, pouco ou nada sei sobre estes dois escritores e pouco consigo encontrar na net sobre eles. Parece impossível, mas na Wikipedia em castelhano não existe qualquer referência a nenhum dos dois autores espanhóis, sabendo eu apenas através da contracapa dos livros que ambos nasceram em Barcelona no ano de 1964. Agora pergunto: serão um e o mesmo artista (a.k.a. síndrome Fernando Pessoa)? Mistério....

E mistério é coisa que não falta nem no "Mentira" nem no "A sombra do vento". Ainda que desenhem histórias completamente diferentes, em datas e locais diversos (embora Barcelona se enquadre lá no meio em ambos os contos), com personagens distintas, ambos andam à volta da descoberta da verdade.
E a verdade pode assumir várias facetas, nunca será uma só. E é procurando, confrontando, não se dando por satisfeitas as curiosidades, que o que possivelmente aconteceu é finalmente revelado. E o que não dá para saber poderá ser colmatado pela intuição de quem busca. Afinal de contas, diz-se que é uma forma de inteligência...

Agora dei em crítica literária...

6 comentários:

VF disse...

Heriz???

Não conheço!
Também com esse nome de maionese achas mesmo que seria conhecido?

Actriz Principal disse...

Ri-te, ri-te, mas há gajos com nome de marca de maionese que quase chegaram a presidente dos EUA. Também, a avaliar pelo actual, não será preciso muito e qualquer projecto de condimento de mostarda, quiçá apenas um mero ketchup, será capaz de dar conta do recado.
(Impressionante esta nossa capacidade de desconversar...)

Marta disse...

Olha também não conheço!

O que gostei mesmo foi da analise à intuição...:)

beijo

Actriz Principal disse...

MARTA
Porque será?

Afgane disse...

Parecem interessantes os livros, é questão de dar uma olhada que isso promete.
Até breve

Actriz Principal disse...

AFGANE
São, de facto, muito interessantes, têm um enredo, uma história que se vai desfiando com um timming certo.

Falando em tipos que escrevem em castelhano, sempre tive um fraco pelos latino-americanos, pela imaginação delirante que conseguem ter e pelo fabuloso mundo de fantasia que conseguem criar. Deixo-me facilmente arrastar pelas histórias e fico presa até ao final do livro.

Este dois escritores espanhóis têm uma forma de escrever menos fantasiosa em relação ao que poderia ser a realidade, mas igualmente mirabolante sobre a história em si. Ou seja, isto até poderia ter acontecido na realidade.

Não sei se me expliquei bem, mas esforcei-me!