...perco-me cada vez mais nos pensamentos sobre o que poderia estar a fazer... e não estou!
Ainda bem que está mau tempo, pois ir à praia apanhar um solinho seria a ideia de eleição. Sem dúvida que seria.
Entretanto, vou colocando no papel outra história com “e se” e não com “era uma vez”, ainda que nenhuma das duas expressões aqui apareça.
X. é uma jovem cheia de energia, vistosa e com um sentido de humor mordaz, revelador da sua inteligência e rapidez de resposta; raras vezes fica com a cara à banda, sem saber o que dizer. A palavra final é sempre dela.
Por vezes até parece ter uma certa arrogância e fala com todas as certezas, ditando a sequência lógica dos acontecimentos, como se tivesse décadas de experiência.
A ela ninguém engana. Excelente observadora, topa atitudes e personalidades à distância, antecipando os movimentos dos outros e os finais desastrosos.
Saber a posteriori o que na realidade deve ter acontecido custa muito. E ainda mais quando se teve um ou outro aviso sério em tempo útil, ou porque veio de alguém de confiança, ou porque uma ou outra situação nos leva a torcer o nariz.
E sempre tudo relacionado com a falta de tempo. Creio que, em certos círculos, falta de tempo deve ser nome de código para indisponibilidade-devido-à-existência-de-uma-vida-paralela*. Resta saber qual das vidas seria a paralela. É que nós queremos sempre que não seja aquela... enfim... aquela que nos mete ao barulho, não é? Até porque tudo gira à volta do nosso umbigo.
E assim se perdem amigos.
Deixa lá, X., chamo a isto “processo de auto-exclusão”.
7 comentários:
Pá, começo a acreditar que há para aí uma epidemia... 'dasse!
Em certas situações fala-se de perda, mas será que perdemos mesmo ou livrámo-nos de alguém que não nos merecia? Eu sempre optei por pensar que tenho sorte pois sempre que alguém vai embora é para me poupar a dores de cabeça (e quiçá coração) posteriormente. Dói, mas não mata!
babe, a certificada - Não há epidemia nenhuma. Esta situação passou-se há pouquíssimo tempo atrás, mas a miúda em causa anda, neste momento, com o maior sorriso de felicidade pois anda a ser conquistada por alguém que - parece-me - sabe muito bem o que anda a fazer...
afgane - Eu costumo dizer que não mata, mas mói.
Conheço alguns casos de M.I.A. (Missing In Action) que voltaram ao fim de algum tempo, sendo esse timming curioso: quando perceberam que perderam o lugar de eleição no coração do outro alguém.
Isso "do bola pra frente" pode ser um escape para nao se pensar profundamente no problema e sofrer-se menos.
O problema é q, há um dia em q se pensa, e a dor e mais forte, pq vem acumulada...
Por isso é q fica tudo abananado qdo alguem "forte" vai abaixo. E nao se sabe lidar com isso.
isto esta uma baralhação, mas espero q entendas.
mãe frenética - este teu comentário merece um post só sobre isso. Não só pelo que está escrito, mas mesmo pelo sentimento de identificação de quase todos os que deixaram aqui comentários, neste post e no anterior!
O que se passa com metade do mundo?
E sim, entendi muito bem!
Actriz:
No inicio ja me parecia uma daqueles historias entre amigos:
" Olha... um amigo meu engravidou a namorada... que achas que devO fazer?"
Conheço muito bem o género. Continuo sempre a acolher a ovelha tremalhada quando volta a chorar-se e a lamber as feridas. Não digo o I told you so que tanto me apeteceria dizer. Normalmente há sempre continuação, há reincidência na asneira.
Paciência. Também percebo. Mas desgasto-me. Às vezes sinto-me usada.
Não é?
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