Se soubesses a alegria que sinto cada vez que te vou buscar ao aeroporto... mesmo sabendo que tens o táxi pago pela empresa e que não preciso de me incomodar. Ver-te cansada, mas com a satisfação de ter voltado a casa. Abraçarmo-nos enquanto dizemos uma à outra “gosto de ti, minha querida!”, acendermos um cigarro à ida para o carro, olharmos em volta não vá aparecer um gajo bom e não darmos por ele (sim, aquele que estava à porta ontem tinha o seu quê, mas era a fugir para o baixito), e começarmos a tagarelar.
Todos os dias temos novidades para contar uma à outra; e quando não temos, há sempre algum tema que surge, ainda que os silêncios nunca nos tenham incomodado.
Levei meses a conhecer algumas pessoas, anos a conhecer outras, mas bastou um fim-de-semana para saber como és. E gostei de ti assim mesmo. E hoje, sei exactamente o que vais fazer e quando.
Só por ti é que me enfio num centro comercial (detesto fazer compras!), ando a ralinar pelos pisos à procura da estúpida da entrada por causa das toneladas de cacos que tinhas de comprar (mais uma voltinha, mais uma viagem! As crianças não pagam... mas também não andam!!!).
Só a ti fui capaz de ligar às horas que fossem, acordar-te e deixar-te revoltada com as minhas histórias, levando-te a duvidar se o telefonema tinha acontecido ou se terias sonhado.
Tu, que foste capaz de, numa sexta-feira, após uma semana louca de trabalho, ir ao supermercado, entrar em minha casa, fazer o jantar como se a cozinha fosse tua (a bem da verdade, até é) enquanto eu era incapaz de fazer outra coisa que não acompanhar-te com o olhar vazio, enterrada no sofá. Creio que chegaste a levar-me a primeira garfada à boca...
Tu, que me levas ao desespero, porque sabes que o meu ombro estará SEMPRE à tua disposição de cada vez que a vida te corre mal.
Tu, que em vez de tomares conta de mim, serves mais vinho no meu copo enquanto levantas o teu!
És das poucas pessoas que me compreendem... e me aceitam tal qual sou!
ADORO-TE, AMIGA! Obrigada por gostares de mim.
E já, agora, parabéns, é o teu dia, agora vamos lá continuar a preparar a festa.
3 comentários:
minha querida: depois daquele abraço forte no continente e de me cairem as lágrimas ao ler estas palavras que mais posso dizer? obrigada!
Obrigada por me teres ido buscar ao aeroporto apesar de ter dito que não era preciso, porque se assim não fosse, exausta como estava não teria tido força para ir ao Colombo comprar os "cacos"; obrigada por esse ombro estar sempre aí apesar de últimamente eu preferir ficar só no meu sofá (please, não me leves a mal); obrigada pelos nossos jantares maravilhosos que poucas são as que compreendem esses pequenos prazeres na vida e ...acima de tudo... obrigada pelo f.d.s. em milão... sem saber, foi um dos mais importantes da minha vida. bjs
pp - eu até aprecio que prefiras ficar a fungar no teu sofá enquanto eu me divirto por nós as duas, pelo simples facto de já ser demasiado uma de nós estar doente. Assim, especializamos:
- tu curas a maleita, eu enfrasco-me com o pessoal
- tu dás-me na cabeça, eu continuo na má vida
- tu cedes a casa para as festas, eu trato do resto (action item: temos de agendar a festa romana - Maio parece-me bem)
- tu fazes asneiras... e eu gosto de ti!
asneiras??? obelá! qué isso?
PP
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