As conversas por vezes têm destas coisas. Começa-se um tema, ouve-se as diferentes opiniões, concorda-se ou contrapõe-se de acordo com o que foi dito e com os valores e experiência de cada um. Definem-se conceitos, fazem-se buscas e os exemplos aparecem, calculam-se estatísticas, e assim se chegam às principais conclusões. É uma das minhas actividades favoritas, sou uma conversadora nata até enquanto durmo (sim, sou sonâmbula!).
Feita a introdução, vou ao que, de facto, interessa: li o post do Martini Man sobre o conceito de raridade.
Ainda não consegui formular uma teoria mais ou menos lógica sobre o que pode levar alguém a considerar outro alguém interessante, quando, hoje em dia, dificilmente nos mostramos tal qual somos. Contudo, cá vai (ai miúda, que andas a passar cheques com a cabeça que o teu corpinho não irá conseguir pagar!):
Ao contrário do Martini Man, eu não acho que seja uma raridade encontrar um homem a rondar a minha idade que seja disponível e interessante (atente-se no sublinhado, estas coisas ficaram-me desde o tempo da escola, em que estudava a sublinhar o que me parecia relevante; desde essa altura, nunca mais consegui livrar-me desse hábito).
Parecendo que não, creio ter acabado de escrever uma palavra-chave: hábito!
Digo eu, na minha profunda ignorância, que nos habituamos a ter um guião de acordo com o nosso interlocutor.
Até aí, tudo bem.
Mas, não será um pouco limitativo? Ou seja, muitas vezes não nos arriscamos a introduzir temas e fazer perguntas porque temos receio de não estar à altura da resposta e de conseguir ir com isso adiante. Mais do que isso, a experiência diz-nos que estamos constantemente a ser avaliados pela outra parte, e que mais vale estar calado e não agir, do que seguir em frente. E isto é válido para ambas as partes, o que pode criar um impasse.
Porque, para mim, depende bastante do modo como estamos dispostos a conhecer pessoas e, acima de tudo, a sair da nossa zona de conforto.
Se, na altura em que voltei à pátria, tivesse regressado ao Porto, talvez passasse a maior parte do meu tempo “social” com um dos meus grupos de sempre, não me sentindo compelida a alargar o meu leque de conhecimentos. Afinal de contas, é confortável, não é? Pessoas interessantes, mas quase todas não disponíveis.
Mas vim parar a Lisboa. Ainda que já conhecesse muito boa gente, tive o cuidado de prestar atenção aos amigos e conhecidos, assim como aos amigos dos amigos. E voilà!, eis que se encontram pessoas potencialmente interessantes. Mas só com o tempo e alguma abertura é que se descobre isso! E fazendo as perguntas certas também. Porque os homens têm tendência para se esconder mais do que as mulheres. Digo eu…
A minha lista telefónica tem mais números de homens potencialmente interessantes do que de mulheres (algumas delas de se lhes fazer uma vénia), e alguns deles estão disponíveis (no sentido em que não têm namorada). Mas também não são assim tantos.
Por vezes, tenho a sensação que é mais fácil surpreender alguém do que ser surpreendida!
Resta-me o amargo de boca por ainda não ser bem sobre isto que queria escrever…
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
7 comentários:
É mais fácil surpreender do q ser surpreendida... essa é q é essa!!!
Sabes o que é que isto me parece?
Um bom tema para um martini.
Há aqui coisas de que tu falas e que já foram referidas por mim, como o sair da zona de conforto, mas há uma coisa em absuluto da qual discordo, que é:
"Mais do que isso, a experiência diz-nos que estamos constantemente a ser avaliados pela outra parte, e que mais vale estar calado e não agir, do que seguir em frente"
Completamente errado! O medo não nos pode privar da nossa vida. Principalmente porque aquilo que mais temenos é o futuro, o qual não existe.
mae frenetica - e tudo se resume a essa frase, não é?
martini man - ora aí é que está a beleza da questão. É que nós concordamos por ambos discordarmos quanto a esta atitude. É verdade que estamos sempre a ser avaliados e que isso nos possa levar à inércia, não vá a coisa levar-nos a situações desconfortáveis; contudo, poucos são os que se libertam desse medo...
Não é à toa que a minha irmã me diz "tu não és normal" enquanto abana a cabeça como se já não houvesse salvação para mim.
Acrescento que é um bom tema para um copo de vinho tinto...
a minha teoria eh que nos so vemos o que queremos ver... porque a verdade eh que, a confirmarem-se as estatisticas, entao tem que haver muito homem gay!!! (pois, se ha sensivelmente o mesmo numero de homens e de mulheres e se o interesse esta em quem o ve, se ha 4 mulheres para cada gajo, os restantes tres andam uns com os outros, ou que????)
aenima - sim, há muito homem gay. Contudo, e voltando às estatísticas, continuo a acreditar que está na forma como nos damos a conhecer, pois é um processo interactivo. Se nos mostramos leves e superficiais, é com isso que levamos de volta...
Mas o importante, para mim, é a capacidade de alguém me surpreender... mas isto sou eu.
Pois é!... Quinta de Cabriz. Escolhe tu o lugar.
martini man - boa escolha! Lisboa, um fim de tarde, perto do rio parece-me bem.
Enviar um comentário